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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Rodovias Perigosas no Pará


Rodovias PA-150 e PA-275 são caminhos para a morte 

As três mortes ocorridas na fatídica manhã da última segunda-feira (23), na Rodovia PA-275, entre Curionópolis e Parauapebas, eram mais que anunciadas. Há muito, condutores que trafegam pela estrada já vinham alertando que, devido ao número de buracos – verdadeiras crateras – que surgem a cada dia  naquela rodovia, um grave acidente não tardaria a acontecer.


Ademais, também não são poucas as notícias veiculadas na região, inclusive por este CORREIO DO TOCANTINS, dando conta dos perigos que representam tanto a PA-150 quanto a PA-275 para quem trafega por elas. Mas nada parece repercutir na esfera governamental do Estado e as rodovias vão se  tornando cada vez mais intrafegáveis e perigosas.

No acidente de segunda-feira, o condutor Domingos dos Santos Coutinho, que dirigia um automóvel Chevrolet Classic, de placas NTA-5030, havia  acabado de descer de Serra Pelada e entrado na PA-275, rumo a Parauapebas.

Chovia muito a ponto de a água cobrir o asfalto e esconder um "panelaço" logo adiante. Ao passar com certa velocidade pelo buraco, o condutor perdeu o controle do carro passou para a contramão. No sentido contrário trafegava o micro-ônibus de placas NSU-4170, cujo motorista, identificado como José Nadir, nada pode fazer para evitar o choque do carro na lateral do veículo que ele dirigia.

Após a colisão, o automóvel rolou  a ribanceira e três de seus ocupantes morreram devido às capotagens: Geralda dos Santos Coutinho, 59 anos, mãe do motorista do Classic, Domingos Coutinho, de 31; Wugeibson dos Santos Coutinho, quatro anos, sobrinho do condutor; e José Crisóstomo Lima Dourado, de 43, que na história viajava de carona.

Promotora advertiu
No final do ano passado, a promotora de Justiça Lígia Valente de Andrade já havia atentado para o grave problema que representa a falta de conservação da rodovia  e denunciou o Estado à Justiça, pedindo providências urgentes justamente para o trecho Eldorado do Carajás–Parauapebas.

O juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, de Parauapebas, acatou a denúncia e sentenciou  determinando que o governo do Estado recuperasse a estrada no perímetro citado. A determinação judicial dizia que no prazo de 15 dias fossem tapados "topos os buracos existentes na via, além de proporcionar sinalização adequada nos pontos críticos", até que fosse aberto processo de licitação para a manutenção da rodovia: até o  momento não aconteceu nem uma coisa nem outra.

Ao sentenciar o juiz avisou: "A pista de rolamento encontra-se em péssimo estado de conservação, sem qualquer sinalização horizontal ou vertical, sem acostamentos, tomada pela vegetação e cravejada de enormes buracos”.
No relato do MP à Justiça consta que muitos moradores da região titubeiam quando necessita utilizar a rodovia PA-275, "pelo temor em decorrência de suas péssimas condições, pelo medo de arriscar a vida para visitar parentes e amigos".

PA-150
Mais recentemente, o Ministério Público Estadual advertiu o governo do Estado  sobre o mesmo problema, agora em relação à PA-150, no trecho entre Goianésia e Marabá. O MP cobra uma manifestação acerca da precariedade da pista de rolamento, mas, como fez com o juiz Arakaki, o governo prefere silenciar.

Quem viaja de Marabá  para Belém ou retorna da capital sabe dom perigo que é pegar a Rodovia PA-150, em outros tempos chamada da estrada na integração regional, mas que hoje representa horas de atraso e o perigo de uma viagem sem volta, tal a falta de conservação.

BR-155
Em relação à BR-155, trecho de 350 quilômetros entre Marabá e Redenção da antiga PA-150, agora federalizado, o número de buracos também despertou preocupação  no prefeito de Xinguara, José Davi Passos, que procurou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e ouviu a promessa de que aquele órgão já iniciou processo de licitação para  o recapeamento de três trechos mais críticos da estrada.

As obras, emergenciais devido ao inverno,  ficarão a cargo de três construtoras. Porém, outra licitação será aberta para que a estrada passe por processo de adequação conforme  os padrões das rodovias federais, inclusive com alargamento da pista. O Jornal procurou ontem, quarta-feira (25), o supervisor do Dnit, em Marabá, Enilson Rocha, mas a informação era de que ele estava viajando.   

Setran
Ontem, quarta-feira (25), o Jornal entrou em contato com Ademar de Alencar, chefe do 5º Núcleo Regional da Setran (Secretaria de Estado de Transportes), para saber que providências estavam sendo tomadas em relação à manutenção das estradas.
Ademar informou que a licitação para a recuperação da malha viária da Região Carajás aconteceu em 28 de novembro do ano passado e agora a Setran aguarda a liberação de recursos para a emissão da Ordem de Serviço e liberação dos trabalhos.

Assim que isso acontecer, já foram estabelecidas três prioridades: recuperação do asfalto da Rodovia PA-275, entre Eldorado do Carajás e Parauapebas; concretagem da ponte do Rio Mojuzinho, numa extensão de 162 metros entre Goianésia do Pará e Breu Branco; e recuperação da PA-150 no trecho Jacundá–Ipixuna do Pará, considerado pela Setran um dos mais críticos da estrada. (Eleutério Gomes)

Fonte: CT-ON LINE 

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