Anabolizantes viram febre até entre as mulheres em Marabá
A vaidade tomou conta de Anderson Lima Souza e lhe empurra para um futuro destruidor. A causa, é o uso tentador dos esteroides anabolizantes. Nos últimos dois anos, a ingestão de medicamentos que ajudam a ganhar massa muscular de forma acelerada, mas com efeitos devastadores para a saúde, passou a incomodar professores de educação física e demais instrutores de academias, além, claro, de seus proprietários.
Para Anderson, a proposta foi tentadora e o resultado, certeiro. Em apenas três meses, o jovem comerciário, franzino e tímido, passou por uma verdadeira mutação. Com 1,73 metros e pesando 57 quilos , “pelo e osso”, como se definia, a balança passou aos 90 quilos, com muitos músculos. A autoestima se multiplicou e a palavra vergonha deu lugar à confiança. Ele fazia mais sucesso com as garotas e a virilidade foi a mil. A diversão passou a ser juntar-se a outros rapazes e distribuir pancadaria. Mas a glória durou pouco tempo.
Quando deu-se conta, Anderson, hoje aos 25 anos, estava internado em um hospital particular de Marabá com uma parada cardíaca. Ele é um dos que sofreram as consequências dos efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes. Para preservar sua identidade, uma vez que ele não quis aparecer, o nome que o identifica nesta reportagem é fictício. “Fiquei com medo e parei, mas confesso que depois ainda voltei a usar”, revela o comerciário.
Anderson sofreu atrofia testicular e as mamas se desenvolveram de forma descomunal. O rapaz já não tinha mais desejo sexual. Como o corpo se acostuma, Anderson foi aumentando as doses e os medicamentos passaram a não surtir mais efeitos. O comerciário foi usando anabolizantes mais poderosos e aplicou até um medicamento indicado para quem tem perda muscular como consequência da aids e leucemia. “Cheguei a tomar, em um mês, oito caixas. A bula indicava um comprimido a cada 15 dias”, recorda a loucura.
Mulheres
Donos de academias, instrutores e professores de educação física em Marabá são unânimes em apontar que os anabolizantes, antes restritos basicamente ao universo masculino, migraram também para o feminino. Orizon Mardem Porto Júnior, professor de educação física, diz que está preocupado com a grande quantidade de mulheres que se submete à aplicação de uma injeção em forma de óleo, usada para aumentar o bumbum e a massa muscular das pernas. “É um troço escancarado e nós, professores de educação física, abominamos. Tem muita gente se disfarçando de aluno nas academias e oferecendo esses produtos para os incautos. Estão ganhando muito dinheiro. É uma vergonha”, desabafa Orizon. (Ulisses Pompeu)
Fonte: CTONLINE
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